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Claudia Lins

"Incontrolavelmente marcamos a vida e ela em oposição nos marca. São tantas marcas que acumulamos, que as chamamos de experiência."

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quarta-feira, 8 de junho de 2016

Pelo menos uma boa notícia! (Semana do Meio Ambiente)



Na semana em que se celebra o Dia Mundial do Meio Ambiente (5/6), o Estado do Rio de Janeiro comemora importantes conquistas na área ambiental. A criação do primeiro Refúgio da Vida Silvestre, a estruturação de parques estaduais e a elaboração do primeiro modelo de Parceria Público-Privada (PPP) para gestão de uma unidade de conservação são algumas das medidas em curso que buscam garantir a preservação e restauração da fauna e flora endêmica, assegurando o abastecimento d´água no território fluminense.



INVENTÁRIO DE ESPÉCIES ENDÊMICAS - GUARAJUBA

Uma importante ferramenta para as ações de reflorestamento, o Inventário das Espécies Florestais do Estado do Rio de Janeiro reúne informações sobre as 904 espécies da flora que, no planeta, só existem no território fluminense. Através do inventário é possível analisar e definir estratégias para conservação da flora endêmica ameaçada.

Dentre as espécies que constam no inventário, está a Terminalia acuminata, conhecida como Jundiaí ou Guarajuba, que havia sido dada como extinta na natureza pela União Internacional para Conservação da Natureza (IUCN) - organização que é autoridade mundial em listas vermelhas.

Entretanto, em 2015, um dos pesquisadores do Centro Nacional de Conservação da Flora do Jardim Botânico do Rio de Janeiro (CNCFlora) identificou a espécie no Parque Municipal do Grumari. Antes disso, não havia registros de Guarajuba na natureza desde uma coleta feita em Maricá em 1942. Foram 73 anos sem que os botânicos conseguissem encontrar essa árvore, que foi muito explorada no passado na fabricação de embarcações e de móveis.

Depois de Grumari, a equipe do Jardim Botânico também encontrou a guarajuba no Parque Estadual da Serra da Tiririca, no Parque Municipal da Cidade e no Parque Municipal da Serra do Mendanha. Com essas descobertas, será possível incluir a Guarajuba nos planos e ações para conservação de espécies ameaçadas de extinção.

Na segunda fase deste trabalho, a proposta é criar um tipo de aplicativo para a campanha “Procura-se”. A finalidade do aplicativo é envolver o cidadão no trabalho de identificação de espécies do inventário.

REFÚGIO DA VIDA SILVESTRE

Com área de 12 mil hectares que se estende pelas margens do Rio Paraíba do Sul, a criação do primeiro Refúgio da Vida Silvestre vai contribuir para a segurança hídrica do estado, uma vez que o rio é a principal fonte de abastecimento da população fluminense, incluindo a Região Metropolitana. O espaço contemplado pelo Refúgio se estende da Represa de Funil, na divisa com São Paulo, até Três Rios, na Região do Médio Paraíba.

A nova unidade de conservação abrange mais de 130 córregos e nascentes; visa a proteger 63 ilhas fluviais, essenciais à reprodução das espécies nativas do rio (ninhais de aves, sítios para a construção dos ninhos de tartarugas e jacarés, além das corredeiras, fundamentais para a reprodução de peixes); e vai garantir a conservação e a reprodução de espécies ameaçadas de extinção, como o cágado-do-paraíba (Mesoclemmys hogei) e o surubim-do-paraíba (Steindachneridion parahybae).

A área de preservação abrange 13 municípios do Médio Paraíba, a maioria dos quais não conta com unidades de conservação em seus limites: Três Rios, Paraíba do Sul, Rio das Flores, Vassouras, Valença, Barra do Piraí, Pinheiral, Volta Redonda, Barra Mansa, Quatis, Porto Real, Resende e Itatiaia.

ESTRUTURAÇÃO DE PARQUES ESTADUAIS

Estimular o ecoturismo, a visitação e fortalecer ações de repressão e prevenção aos crimes ambientais são alguns dos impactos positivos que uma melhor estrutura de gestão de um parque pode trazer. Pensando nisso a Secretaria de Estado do Ambiente (SEA) e o Instituto Estadual do Ambiente (Inea) inauguraram o complexo administrativo do Parque Estadual do Cunhambebe, na Costa Verde, e as pedras fundamentais da construção das sedes dos parques da Pedra Selada, na Região Sul, e do Três Picos, na Região Serrana.

PARQUE ESTADUAL DO CUNHAMBEBE

Com 1,5 mil metros quadrados, o Parque Estadual Cunhambebe (PEC), em Mangaratiba, na Costa Verde, ganhou um complexo administrativo sustentável totalmente novo, que conta com sistemas de energia solar para aquecimento de água, reúso de águas pluviais e telhado verde.

A sede, que foi construída com madeira certificada, também tem centro de visitantes com auditório de 50 lugares, alojamento para aproximadamente 16 guarda-parques e acomodações para pesquisadores. Foram investidos R$ 4,8 milhões na obra. Com o recurso, proveniente da Câmara de Compensação Ambiental, foram adquiridos ainda mobiliário, equipamentos e veículos. A Área de Proteção Ambiental (APA) de Mangaratiba também tem sua sede funcionando no novo complexo administrativo.

O Parque Estadual Cunhambebe, de 38 mil hectares, recebe cerca de 18 mil visitantes por ano. A expectativa é de que o número de turistas dobre com a melhoria da infraestrutura de atendimento da área protegida. O Inea também capacitou 24 moradores de Mangaratiba para atuarem como condutores de visitantes no Parque Estadual Cunhambebe.

O Parque estadual abrange parte de Mangaratiba, Angra dos Reis, Rio Claro e Itaguaí. A unidade de conservação protege importantes áreas de mananciais, como, por exemplo, as nascentes da microbacia do Rio das Pedras, em Rio Claro.

Estas nascentes desembocam no Rio Piraí, responsável por até 15% da água disponibilizada no Sistema Guandu, que abastece a Região Metropolitana do Rio. A preservação de remanescentes da Mata Atlântica permite ainda a formação de um corredor ecológico entre os maciços da Bocaina do Tinguá, contribuindo para a preservação de espécies nativas da fauna e flora.

PARQUE ESTADUAL DA PEDRA SELADA

Com 8.036 hectares, o Parque Estadual da Pedra Selada ganhou o Espaço de Turismo e Meio Ambiente, com um total de 990 metros quadrados, em três edificações, o Espaço tem área de exposições, central de informações turísticas, auditório e biblioteca.

O parque abrange áreas de Resende e Itatiaia e, além de proteger remanescentes de Mata Atlântica e espécies em risco de extinção, também é um polo de ecoturismo da Região do Médio Paraíba.

As novas instalações vão permitir a realização de atividades culturais, educativas e artísticas para a comunidade de entorno, assim como eventos voltados para o turismo da região.

Dentro dos limites da unidade, que faz divisa com o Parque Nacional de Itatiaia, estão preservadas florestas de araucárias e campos de altitude da Serra da Mantiqueira. Entre seus atrativos está o Pico da Pedra Selada, com 1.700 metros de altitude, com acesso pela Estrada Parque (RJ 163), em Visconde de Mauá. Os visitantes também podem apreciar várias outras atrações, entre as quais a Cachoeiras do Rio Marimbondo e os Poços do Céu e dos Dinossauros.

A fauna abrange espécies endêmicas e ameaçadas de extinção, com destaque para o muriqui (Brachyteles arachnoides), considerado o maior macaco das Américas e um dos primatas mais ameaçados do planeta. Dentre as espécies identificadas nos limites do parque, nove estão presentes na lista estadual de espécies ameaçadas de extinção e seis na lista nacional.

PARQUE ESTADUAL DOS TRÊS PICOS

Considerada a capital nacional do montanhismo, a cidade turística de Teresópolis, na Região Serrana do Rio, vai ganhar uma nova estrutura para o Parque Estadual dos Três Picos, administrado pelo Instituto Estadual do Ambiente (Inea). A pedra fundamental da construção da nova sede já foi lançada. Os investimentos são de aproximadamente R$ 11 milhões, oriundos do Programa Nacional de Desenvolvimento do Turismo (Prodetur RJ). As obras já estão em curso com previsão de conclusão para maio de 2017.

Com área total de 3.811 metros quadrados, o empreendimento terá sede administrativa, centro de visitantes, apoio ao lazer, casa do pesquisador, alojamento de guarda-parques, camping com administração, restaurante, estacionamento, banheiros e lavadores.

No projeto, serão empregados conceitos sustentáveis de arquitetura e construção, como por exemplo, aproveitamento da energia solar, através de placas fotovoltaicas para aquecimento da água, biodigestor e captação e aproveitamento de água da chuva.

PARCERIA PÚBLICO-PRIVADA DO PARQUE ESTADUAL DA ILHA GRANDE







O Parque Estadual da Ilha Grande foi escolhido para a implantação do primeiro modelo de Parceria Público-Privada (PPP) de gestão de uma unidade de conservação no Estado. A PPP prevê a implantação de saneamento básico e gestão dos resíduos sólidos da Ilha Grande.

A primeira Parceria Público-Privada (PPP) de gestão em uma unidade de conservação irá trazer melhorias estruturais e fomentar atividades ligadas ao turismo. No projeto está prevista a cobrança de tarifa de acesso marítimo à Ilha e limitação do quantitativo total de visitantes de transeuntes. O valor da tarifa e o limite de visitantes, no entanto, ainda será definido. A PPP servirá como modelo de gestão para outras unidades de conservação estaduais.

O processo de operação conjunta da Ilha Grande vem sendo discutido pelo estado desde janeiro de 2015 em parceria com o Instituto Semeia. A previsão é que até o meio do ano que vem a gestão da Ilha Grande comece a ser feita por uma empresa. Com isso, os visitantes passarão a pagar uma taxa ambiental de ingresso, ainda não definida. Ficarão isentos moradores da própria ilha, de Angra dos Reis e de Mangaratiba.

ESTADO PIONEIRO NA CONSERVAÇÃO DA MATA ATLÂNTICA

Os desafios são grandes, mas como indica o Atlas da Mata Atlântica, apesar do Brasil ter tido alta de 9% na devastação do bioma, entre 2011 e 2013, o Estado do Rio está no caminho certo, sendo vanguarda na conservação, com desmatamento próximo a zero.

“É o estado mais avançado na área ambiental...Entre 2013 e 2014, foram desmatados apenas 12 hectares. O Rio criou unidades de conservação e está investindo em sua estrutura. E também estabeleceu o compromisso de aumentar a cobertura nativa da floresta”, elogiou a diretora da ONG SOS Mata Atlântica, Marcia Hirota, em cerimônia de lançamento do Atlas da Mata Atlântica.

O estado do Rio concentra a maior unidade de conservação municipal da Mata Atlântica, o Parque Natural das Montanhas de Teresópolis. Tem, também, algumas das cidades com maior número de reservas particulares de patrimônio natural do país, como Silva Jardim.

Mecanismos como o Pagamento por Serviços Ambientais (PSAs) a produtores rurais, o cadastro ambiental rural (CAR), o ICMS Ecológico, os Planos Municipais da Mata Atlântica, a implantação de UPAMs (Unidades de Policiamento Ambiental) e a contratação de guardas-parques reforçam o compromisso do Estado com a conservação e restauração da Mata Atlântica. A próxima iniciativa a ser lançada para reforçar a proteção a esse bioma é o Projeto Olho Verde, que consiste na utilização de imagens de satélite para identificar com alta precisão as áreas de desmatamento e reforçar a fiscalização.

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